Qual é o real impacto das licenças código aberto com copyleft?

Apesar de compartilharem muitas características e particularidades, o Software Livre e o Código Aberto são duas iniciativas relativamente distintas, em outros aspectos. Enquanto que o Software Livre possui também uma motivação mais social e ideológica, o Código Aberto pode ser encarado com uma maneira de conciliar os benefícios do Software Livre, ao mesmo tempo em que “protege” e mantém os interesses comerciais das empresas e corporações de TI…

Por isto, outras licenças de código aberto foram lançadas e em geral, elas oferecerem as mesmas liberdades e garantias que as licenças patrocinadas pelo Projeto GNU, exceto a OBRIGATORIEDADE dos desenvolvedores em conceder o código-fonte na distribuição dos softwares licenciados, sob os mesmos termos da licença adotada, sejam estes modificados ou não. Esta é a base do copyleft, que por sua vez originou-se como um trocadilho em relação ao copyright e seus termos, que em geral tende a restringir a liberdade de uso para “proteger” os direitos autorais!

Em geral, as licenças do Projeto GNU são classificadas como restritivas, pelo fato delas serem copylefts para preservar a liberdade de uso dos softwares licenciados por elas! Já as demais licenças de código aberto, elas tendem a a serem mais flexíveis em relação a mudanças de licença e/ou obrigatoriedade da concessão do código-fonte, o que não impede terceiros possam tornar um software proprietário. Para variar, estas licenças “permissivas” acabam também inibindo a contribuição de terceiros para promover as melhorias necessárias ao software em questão, já que um dia ele poderá deixar de ser livre.

No entanto, não podemos desconsiderar os benefícios das licenças de código aberto, bem como as suas contribuições para o Software Livre no geral. Se por um lado elas não promovem as mesmas restrições que as licenças copyleft, por outro nada nos impede de utilizar as edições anteriores do software que (antes) era de código aberto, para modificar a sua licença para outra que promove o copyleft, como é o caso das licenças do Apache e do MIT. De qualquer forma, deveremos estar atento aos termos, liberdades e restrições de cada licença oferece!

Por este e outros motivos, prefiro (e apóio) as licenças do Projeto GNU (especialmente a General Public License), apesar de ter um perfil mais prático e estar mais alinhado aos princípios do Código Aberto, conforme descrito pela Open Source Iniciative, fundada por Bruce Perens. Mas no geral, estou feliz em viver nestes novos tempos, em que o Software Livre e o Código Aberto asseguraram o seu espaço neste mundo moderno, no qual a Computação em Nuvens, as Redes Definidas por Softwares e as inovações tecnológicas, são baseadas nos mesmos princípios.

Já em relação as discussões relacionadas ao GPLv2 e GPLv3… &;-D