Quando a abordagem revolucionária de gestão de redes baseada em Redes Definidas por Software (SDN) surgiu no mercado, a principal característica que a definia estava na separação entre o Plano de Controle (responsável por “decidir” como os pacotes serão encaminhados) e o Plano de Dados (responsável pela ação de encaminhar os pacotes, com base nas “decisões” tomadas). Com isto, o controlador SDN (dispositivo “cerebral” responsável pela visão global da rede) se tornou o principal responsável pela “inteligência” da rede e com base nele, todas as ações passaram a ser orquestrada e automatizada entre ele e os demais dispositivos…
Com isto, uma outra abordagem também passou a ganhar espaço no mercado: as Redes Baseadas em Intenção (IBN). Esta por sua vez, tem como objetivo tornar a sua gestão mais autônoma, baseando-se em promover as políticas e as configurações necessárias, com base nas “intenções” dos serviços comerciais que serão utilizados. Através desta abordagem, as definições necessárias são geradas e implementadas de forma automática (via software), tornando a infraestrutura de rede mais rápida em responder as demandas relacionadas a implementação de recursos e serviços, sem a necessidade de interação manual.
E o que estas abordagens possuem em comum? A definições de padrões & abstrações para representar as redes, a aplicação de políticas & regras e a tendência de automatizar todos os processos, com base em ações e eventos! No centro destas abordagens, está o controlador SDN (o dispositivo “cerebral”) e os demais componentes que fazem parte da infraestrutura de rede (routers, switches, access-points, IPS/IDS, etc), que necessitam estabelecer a comunicação e a interoperabilidade com ele. Com a crescente aplicação da Inteligência Artificial nos mais diversos segmentos do mercado, não é preciso ser um gênio para prever a possibilidade dela ser aplicada na gestão das modernas infraestruturas de redes!
Será que um dia, veremos os controladores SDN e os demais dispositivos de redes (routers, switches, access-points, firewalls, IPS/IDS, appliances, etc) dotados de recursos computacionais para processar instruções baseadas em Inteligência Artificial? Imaginem que em um futuro não muito distante, possamos conectar um dispositivos na infraestrutura e com base nas possibilidades oferecidas pela IA, realizar todos os procedimentos necessários para integrá-lo na rede e utilizar os seus recursos? Sim, acredito que isto seria perfeitamente possível através da IA! A questão é quando (e como) isto será feito…
A segurança cibernética também seria muito beneficiada não só com a implantação da IA nos dispositivos de redes e nos sistemas utilizados para realizar o gerenciamento da infraestrutura (SOCs), como também tiraria um grande proveito para detectar anomalias e comportamentos de malwares e ataques de forma mais eficiente, os quais nem sequer ainda haviam sido catalogados e reconhecidos. Imaginem dispor de firewalls e IPS/IPS capazes de prover informações mais detalhadas e tomar ações mais inteligentes, além de prover todas as informações necessárias para realizar a documentação destes eventos?
Será este, o futuro das redes de computadores? Ou apenas estou “viajando na maionese”? Seja como for, nós (profissionais de TI) teremos que nos manter atualizados em relação as tendências e possibilidades em relação a evolução das tecnologias e serviços, relacionados a infraestrutura de TI em geral. Confesso que havia perdido o timing em relação a computação “nas nuvens” e somente anos depois, fui buscar as competências e habilidades necessárias para usufruir dos serviços e recursos que elas podem oferecer! Dessa vez, não vou deixar “passar”!
E de quebra, ser testemunha da ascensão da SkyNet… &;-D