Windows 8: um sistema injustiçado?

Quando o Windows 8 foi lançado pela Microsoft (2012), o sistema recebeu uma saraivada de críticas no que concerne ao uso e adoção de sua nova interface, batizada de Metro UI. O objetivo era tornar o sistema a opção ideal para os dispositivos de telas sensíveis (tablets), os quais na época haviam alcançado um grande sucesso e que eram amplamente suportados pelo Android e iOS…

O grande erro da Microsoft foi assumir que os PCs desktops e notebooks seriam substituídos por tablets e smartphones, otimizando o sistema para estes dispositivos, adicionando recursos que se tornavam bastante úteis; por outro lado, os PCs desktops tradicionais perdiam componentes importantes (como o Menu Iniciar e a Barra de Tarefas), o que tornava o sistema “desajeitado” para estes usuários. Moral da história: além de não ganhar o espaço no mercado de tablets, também acabou perdendo o espaço no mercado de PCs!

Apesar do fracasso do sistema, algumas idéias interessantes ficaram em segundo plano e no final, acabaram não recebendo os devidos créditos: por exemplo, o uso de tiles que podem representar aplicativos, documentos e recursos do sistema, os quais são mais vivos e dinâmicos. Além dos tiles, uma nova barra de tarefas chamada charms também torna mais fluída o acesso aos recursos do sistema. Por fim, um suporte aprimorado ao cloud, a maior integração à Internet e as suas redes sociais, fecham o pacote de novidades.

Sim, tudo isso na época era bonito no papel, mas na prática acabou sendo colocados de lado, em vista das limitações de usabilidade que tais mudanças refletiam para os clássicos usuários de PCs desktops. Até mesmo existia a opção de abrir uma interface clássica do Windows 7, mas com a ausência do Menu Iniciar, ela se tornava algo estranho e desajeitado de usar. A grande ironia é que no mundo do Software Livre, temos o GNOME que apresenta alguns destes conceitos, mas manteve a simplicidade de uso (mesmo com as críticas de Torvalds) e que no final das contas, oferecia bem mais usabilidade!

Então, como teria sido o desenvolvimento posterior da interface Modern (ou Metro), se ela tivesse sido melhor melhor refinada e assim, caído no gosto dos usuários? Se a Microsoft apostasse na simplicidade ao invés de encher o sistema de recursos e funcionalidades que a maioria não utiliza? Ou ainda, até mesmo adotasse a filosofia de acrescentar as melhorias gradativamente (como o GNOME) com o passar dos anos, ao invés de ficar “ajeitando” o sistema com gambiarras (tal como foi a reintrodução do Menu Iniciar), só para satisfazer as necessidades dos usuários reclamões?

Pois para mim, o Windows 10 tá ruim demais para usar! &;-D