Nostalgia: vale a pena jogar os belos clássicos de antigamente?

Muitos jogos antigos são tão bons, que vale a pena revisitá-los depois, seja pela sua qualidade ou até mesmo pelo fator nostalgia! Da minha parte, tenho o hábito de revisitar alguns belos títulos que me entregaram experiências maravilhosas, tanto na sua jogabilidade quanto na sua história. No entanto, com o passar dos anos e a natural evolução tecnológica, a qualidade gráfica destes títulos se tornaram ultrapassadas, chegando ao ponto de comprometer as boas experiências que eles ofereciam anteriormente…

Um belo exemplo de jogo é o Quake, que foi lançado há +25 anos e que foi recentemente remasterizado pela Bethesda, além de ganhar novas DLCs mesmo após muitos anos. Jogá-lo numa época em que poucos PCs desktops eram dotados de “placas aceleradoras de vídeo” foi uma experiência fantástica, proporcionada tanto pelas novas tecnologias de renderização em 3D, quanto pela atmosfera tenebrosa oferecida pelo jogo! Mas ao revisitá-lo (mesmo após a remasterização), confesso que já não sentia mais aquela mesma emoção, apesar de (ainda) ser divertido jogá-lo novamente (mesmo com todas as suas limitações gráficas).

Tal como os jogos (e as tecnologias envolvidas), as nossas impressões e exigências também evoluem com o tempo: se antes, ficávamos boquiabertos ao curtir uma sessão de tiroteio em um ambiente renderizado em 3D, hoje em dia qualquer jogo modesto pode entregar as mesmas experiências e com o passar do tempo, uma determinada filosofia ou fórmula acaba se tornando repetitiva e desgastada. Bons exemplos disto são os tradicionais jogos FPS, que com o tempo passaram a ter histórias mais encorpadas e receberam novas mecânicas de combate. Nem preciso falar dos cenários de mundo aberto e a integração de elementos de RPG…

Por isso, passei a dar uma atenção especial aos reboots, os quais promovem toda a reformulação de uma série ou IP, trazendo a pegada moderna dos jogos atuais, ao mesmo tempo em que mantém os elementos clássicos que o consagraram. Lara Croft, personagem principal da série Tomb Raider, foi um belíssimo exemplo de transformação de um velho clássico de grande sucesso em um moderno jogo de ação e aventura, que não deixa nada a desejar em relação aos jogos mais antigos. O mesmo se deu para a série Assassin’s Creed (embora não possamos classificá-lo como reboot), que após anos adotando uma fórmula desgastada, surpreendeu por adotar mecânicas de combates mais sofisticadas e se tornar um (quase) RPG!

Já em relação aos remakes e as remasterizações, o primeiro promove uma nova reconstrução do jogo; porém, ele segue fielmente o seu projeto original e mantém os elementos clássicos que o consagraram, sem mudanças profundas (tal como é feito no reboot); já o segundo, se limita a apenas utilizar as tecnologias mais modernas de renderização gráfica em 3D, para dar uma nova repaginada ao antigo jogo e torná-lo mais moderno (o que nem sempre é possível, dependendo da idade do clássico remasterizado). Todos eles possuem as suas vantagens e desvantagens, mas no geral, se propõe a trazer de volta as mesmas emoções proporcionadas pelos clássicos originais.

Então, o que esperar das próximas reboots, remakes e remasterizações, para aqueles jogos clássicos que tanto curtimos em outros tempos? Basicamente, os principais aspectos que devem ser respeitados, são: 1) resgatar a nostalgia e atmosfera dos clássicos originais, 2) trazer de volta todos os elementos que o consagraram e por fim, 3) entregar uma nova roupagem mais moderna e atual. Nada mais além disso! E dentro das possibilidades, trazer novidades que possam agregar ainda mais para o jogo, sem quebrar ou romper a abordagem que tornaram os clássicos… inesquecíveis!

São regras básicas que muitas produtoras “teimam” em obedecer… &;-D