nVidia Deep Learning Super Sampling vs AMD FidelityFX Super Resolution

Pessoalmente, sou contra a adoção da resolução 4K, para consoles de video-games. Além desta resolução oferecer apenas melhorias pontuais em relação a definição Full-HD, o custo em termos de recursos de hardware é alto demais e poderia ser melhor utilizado, para a aplicação de texturas mais realistas e belos efeitos visuais. No entanto, também venho acompanhando a evolução de das tecnologias relacionadas e apesar de criticá-las (na maioria das vezes), reconheço que se bem aplicadas, podem render resultados interessantes…

Até então, técnicas tradicionais como o upscaling e a resolução dinâmica (que se valem da utilização de resoluções mais baixas para garantir taxa de quadros constantes e suporte para maiores definições) se mostravam limitadas, deixando muitos gamers decepcionados por não entregarem o “4K de “verdade”, mesmo sabendo que em geral, são poucas a diferença entre elas em relação a qualidade. Porém, dada as tecnologias anunciadas pela nVidia e a AMD neste campo, estou mais esperanço quanto a “dias melhores”: eis, a nVidia Deep Learning Super Sampling (DLSS) e a AMD FidelityFX Super Resolution (FRS)!

A tecnologia da nVidia é designada para renderizar uma imagem em resolução baixa e a partir desta, promover o aumento para 4K (tal como o upscaling), porém empregando recursos de Inteligência Artificial para preservar os detalhes, entregando uma qualidade visual tão boa (ou melhor) em comparação com a imagem renderizada em 4K (e de quebra, aumentando a taxa de quadros no processo)! Já a tecnologia da AMD difere-se da nVidia, por oferecer um conjunto de ferramentas para o aprimoramento da qualidade da imagem, algo que seria bastante útil para a aplicação em conjunto com o upscaling, compensando a falta de detalhes oriundos do “esticamento” da resolução!

Imaginem um cenário, no qual os novos consoles de videogames fossem designados para renderizar imagens em Full-HD (e não em 1440p ou 4K), mas se valessem destas tecnologias para gerar imagens em resoluções mais altas, de alta qualidade e adaptadas, de acordo com a TV em uso? Assim, seria possível dispor de plataformas que entregam uma excelente relação de custo vs benefício (mais baratos de se produzir e com menos perdas em subsídios), ao mesmo tempo em que facilitaria muito, a vida dos desenvolvedores de jogos (pois não perderiam tempo fazendo otimizações para o 4K, mantendo o foco em Full-HD) para pensar depois em resoluções mais altas!

Os consoles de vídeogames JAMAIS se tornarão concorrentes páreos para os PCs desktops! Estes últimos podem ser atualizados ao gosto dos usuários, ao passo que os consoles não são tão flexíveis neste aspecto (prova disso são as tentativas de lançar hardwares de meia-geração, que não deram muito certo). Um console mediano (como o Xbox Series S) poderia oferecer uma relação custo vs benefício praticamente imbatível, ao mesmo tempo em que seriam capaz de se equiparar os PCs desktops que oferecem “4K de verdade” (embora com “4K de mentirinha”), mas sem exigir de seus interessados, a venda dos rins para montar uma máquina capaz de entregar isso!

Se antes eu “olhava torto” o upscaling e a resolução dinâmica, agora confesso que “olho com carinho” para as novas tecnologias propostas pela nVidia e a AMD. Só espero que estas empresas tenham o bom senso de promoverem soluções inteligentes e bem adaptadas, voltadas para todas as necessidades e orçamentos! Não é que eu seja contra o investimento em hardwares poderosos, mas se estas iniciativas se limitarem a fazerem apenas isto e não trazerem inovações interessantes (como estas tecnologias), veremos outras empresas (como a Nintendo e a Apple), tirando proveito destas oportunidades.

E volto a afirmar: o 4K (mesmo o “de verdade”) será um grande fracasso! &;-D