O que esperar do (novo) Fedora Workstation 33?

Sou usuário do Debian e desde 2011, ela se tornou a minha distribuição preferida. Além de ser uma distribuição robusta, estável, fácil de usar e de grande popularidade, o Debian me conquistou pelo seu caráter comunitário e universal, servindo como base e referência para uma grande parte de distribuições derivadas. Por isso, ouso até dizer que esta é a distribuição mais importante no mundo do Software Livre! Ainda assim, não deixo de acompanhar (e admirar) as demais distribuições disponíveis no mercado…

A principal delas é o Fedora! Derivada da antiga Red Hat Linux (que se tornou a RHEL e a partir daí, as versões posteriores passaram a se derivar do próprio Fedora), ela é uma distribuição Linux comunitária (embora patrocinada pela Red Hat), que tem como objetivo oferecer uma distribuição com o que há de mais moderno e avançado, em termos de tecnologia, recursos e softwares! Embora esta característica acabe afetando um pouco a sua estabilidade (pois softwares recentes são mais propensos a falhas), ela se diferencia bastante do Debian neste aspecto, que por sua vez é uma distribuição de caráter mais conservador, ao optar por softwares estáveis e maduros (embora antigos).

E é justamente este o motivo pelo qual pretendo “passar um tempo” no Fedora, mesmo apesar de ter passado algumas situações desagradáveis no seu uso (lá pela versão 20, como alguns travamentos e o fato do áudio não funcionar). Ainda assim, além de poder testemunhar a qualidade de construção e a relativa boa estabilidade do sistema, também poderei ver em funcionamento alguns recursos e funcionalidades, que se encontram melhor integrados nela do que em qualquer outra distribuição (segundo os comentários de seus diversos usuários). Por exemplo, a implementação do systemd e suas funcionalidades mais recentes, além da adoção oficial do sistema de arquivos Btrfs.

Também preciso me entender melhor com o SELinux, um mecanismo embutido no kernel (através do uso de módulos), o qual permite implementar um sistema de controle de acesso mandatório (MAC), que por sua vez permite definir regras de acesso de serviços em execução a recursos do sistema (arquivos, processos, dispositivos, portas, etc). Criado pela NSA (National Security Agency) e mantido pela própria Red Hat, o SELinux foi uma verdadeira pedra no sapato, pela sua complexidade e a falta de costume ao utilizá-lo, custando-me a aprovação em uma certificação Linux (RHCE)! Diferente do Fedora, o Debian mantém o suporte oficial ao AppArmor (e todos os esforços possíveis para torná-lo estável e funcional), embora também suporte o SELinux.

Fora as motivações profissionais, também tenho a boa e velha curiosidade para satisfazer! Sou um “linuxer de carteirinha”, entusiasta do Software Livre e apaixonado por Tecnologia, além de ter optado pela carreira de instrutor de TI. Por isso, tenho o imenso interesse em estar a par das novidades referentes ao sistema em questão e seus softwares. Sim, sei que eu poderia realizar tais experimentos em máquinas virtuais, mas na prática não é a mesma coisa que usar o sistema no dia-a-dia, em um equipamento real. Além do mais, certas experiências só podem ser apreciadas no uso diário do sistema!

Pelo visto, 2021 vai ser um ano bem “diferente”… &;-D