Diferente de DOOM e Quake, o jogo de tiro Unreal teve apenas 2 edições (incluindo uma expansão) e nada mais. Na época, fiquei bastante chateado pela decisão da Epic Games em não lançar mais jogos baseados nesta maravilhosa IP, pois além deles serem excelentes, a sua qualidade gráfica proporcionava uma imersão incrível, além de serem bastante agradáveis de apreciar! As boas impressões deixadas foram tantas, que cheguei ao ponto de direcionar os meus estudos para o desenvolvimento de jogos, pois na época já estava na faculdade…
Pois a engine do jogo Unreal já estava sendo disponibilizada para os desenvolvedores de jogos, sendo cobrado apenas uma taxa de 5% de royalities para os títulos comerciais feitos com base nela. Lembro-me de que cheguei a buscar as suas documentações e intensificar o aprendizado na linguagem de programação C++, mas assim que me dei conta de que “o buraco é mais embaixo” (em vista dos desafios e das dificuldades técnicas), acabei deixando o projeto de lado. Tempos depois, também me desinteressei por esta área e acabei virando as minhas atenções para infraestrutura. Esta história, já conhecemos…
Mesmo assim, continuei acompanhando o desenvolvimento das engines voltadas para jogos, com destaque para Unreal. Na época do lançamento do primeiro jogo (1998), a sua qualidade gráfica era considerada a maior que existia, superando até mesmo a poderosa id Tech (que se popularizou bastante, após o lançamento do jogo Quake). Lembro-me como se fosse ontem: fiquei pasmo com os efeitos de iluminação e reflexo, ao rodar o jogo com a minha modesta “placa aceleradora de vídeo” (não me lembro se foi com a Diamond Stealth II S220 ou a ATI Radeon 7200), passando alguns minutos só para admirar o reflexo do meu próprio personagem!
Quando a engine Unreal 3 foi lançada (2005), acreditava que ela havia inaugurado uma nova era na computação gráfica, na qual os jogos teriam alcançado um estágio de amadurecimento tal, que as próximas engines apenas se concentrariam em trazer apenas as melhorias pontuais. Como eu estava enganado: apesar de ter levado um bom tempo para a engine Unreal 4 ter sido lançada (2012), ela também apresentou uma bela evolução em relação a qualidade gráfica, ao ponto de estabelecer renderizações de ambientes, pessoas e objetos próximas ao foto-realismo!
E a engine Unreal 5 chegou (2021)! Tal como havia previsto, ela não só apresentou algumas melhorias pontuais, como também levou um tempo ainda maior para ser lançada, em comparação com a engine anterior. A primeira vista, as comparações visuais entre ambas não mostram grandes diferenças; mas na prática, a nova versão se mostrava melhor em aspectos relacionados a iluminação dinâmica (graças ao suporte nativo para a tecnologia Ray Tracing), além de contar com otimizações para o uso em diversas configurações de hardware.
Em um futuro próximo, será que veremos a Epic adotar para a engine Unreal, um sistema de desenvolvimento (e versionamento) contínuo, tal como já existe para os navegadores WEB? Ou ainda, ela continuará conosco por muitos anos, em vista do ato grau de amadurecimento que alcançou? Seja como for, (desta vez) não há como imaginar alguma engine mais avançada e sofisticada que a Unreal 5, seja pela beleza e exuberância dos gráficos e seus efeitos visuais, seja pelas ferramentas concedidas para auxiliar no desenvolvimento de jogos!
Pois basta apreciar os “remakes” feitos por entusiastas, para comprovar… &;-D