A ARM (como todos já conhecem) é uma empresa especializada em projetar e desenvolver SoCs, baseados na sua belíssima arquitetura ARM. Diferente da Intel, ela não produz chips, mas apenas licencia a sua IP para que terceiros possam fabricar produtos baseados nela. Conforme a licença estabelecida, estes fabricantes podem optar por utilizar os design originais e/ou realizar customizações, para atender as necessidades de seus produtos…
“ARM’s China problem has just taken a major turn for the worse, with Chinese Media reporting on Amou Technology (translation) and their plans to ‘promote the localization and ecological development of Arm CPU architecture” and “focus on independent research and development to create XPU products with independent architecture’.”
— by Overclock3D.
A ARM é uma empresa multinacional possui filiais no mundo inteiro, mas devido a questões políticas e culturais de cada país, ela acaba se colocando em situações bastante delicadas. Uma delas está relacionado à China, na qual a ARM China (sua subsidiária local) pretende “promover a localização e o desenvolvimento ecológico da arquitetura ARM” e “focar em pesquisa e desenvolvimento independentes, para criar XPU produtos com arquitetura independente”. Em suma: ela pretende operar independentemente da ARM e criar a sua própria IP e produtos, embora sejam baseados no set de instruçõe ARM!
A Amou Technologies (antiga ARM China) é dirigida pelo CEO Allen Wu, o qual continua no comando da empresa, para conduzi-la a este processo de independência. Embora a ARM já tenha tentado destituí-lo do cargo e cortado o acesso ao seu mais recente IPs (ARMv9), ela não possui forças para realizar maiores ações e assim, retomar o controle de sua joint venture chinesa. Por outro lado, a ex-subsidiária já tomou algumas ações restritivas, como a proibição dos funcionários da ARM em entrar nas dependências da empresa. O grande “X” da questão, é que há tempos, a Amou Technologies está mais alinhado aos interesses da China e seu mercado local, já que o governo chinês é dono de 51% das ações desta ex-subsidiária.
A Amou Technologies já andou tomando algumas ações, para atender aos seus propósitos. Uma delas (ilegal), foi justamente “roubar” algumas propriedades intelectuais da ARM (relacionado ao set de instruções da arquitetura). No entanto, devemos nos lembrar que há tempos, as grandes potências mundiais estão cada vez mais empenhadas em lutar pelo controle deste mercado, buscando fabricar produtos de tecnologia em seus próprios domínios (basta lembrar das ações mais recentes do presidente Donald Trump em relação a Huawei). Por isso, existe uma grande expectativa em relação aos possíveis eventos políticos resultantes, frutos das ações promovidas pela ex-subsidiária.
Em tempo: não seria melhor trabalhar com a arquitetura RISC-V? &;-D