Apple MacBook Pro: novos portáteis possuem menor reparabilidade!

Há algum tempo, a Apple havia anunciado o seu serviço próprio de reparo (Self Service Repair), para facilitar a vida dos usuários que desejassem promover o conserto para o seu próprio equipamento (desde que eles tenham as habilidades técnicas para isto), disponibilizando as ferramentas, as peças e os manuais originais de seus produtos. Para isto, eles deverão acessar a loja online feita especialmente para este propósito e fazer a encomenda dos componentes desejados, embora ela esteja disponível (ainda) apenas os residentes dos EUA…

“iFixit and other right to repair groups were glad to see Apple finally cave on their refusal to help people repair their devices, releasing repair manuals and the ability to buy or rent the proprietary parts and tools needed to safely open up your MacBook. The MacBook Air repair manual gained the laptop a repairability point from iFixit. Unfortunately this was not true of the repair manual for the M1 based MacBook Pro…”

— by PC Perspective.

Obviamente, muitos usuários (e especialistas em eletrônica) ficaram felizes com a iniciativa da empresa, chegando até mesmo ao ponto do pessoal da iFixit (um portal especializado em avaliar a reparabilidade dos produtos de tecnologia) atribuir pontos extras para os produtos da empresa! Mas infelizmente, este não é o caso dos novos MacBooks Pro baseado no SoC ARM M1 (e provavelmente será dos demais), já que as mudanças internas do dispositivo reduzem a sua reparabilidade em alguns pontos. O maior deles é relacionado a substituição da bateria, a qual se tornou inviável por causa da sua integração com o equipamento!

A bateria do MacBook Pro M1 se tornou integrada com a parte superior da carcaça do equipamento, obrigando aos usuários a fazer também a aquisição da tampa. Para isto, ele terá que desembolsar algo entre US$ 527 a US$ 615! Felizmente, a Apple dará um generoso desconto de US$ 88, caso o conjunto original tampa/bateria seja devolvido para a empresa (provavelmente para fins de reciclagem). E se não bastassem os gastos extras, para ter acesso a estes componentes, será necessário realizar a desmontagem completa de todo o equipamento.

Para se ter uma idéia do trabalho para realizar este procedimento, o usuário terá que remover toda a caixa superior, a caixa inferior, a unidade de gerenciamento de bateria, o cabo flexível, o sensor de ângulo da tampa, o trackpad e o seu cabo flexível, o módulo de ventilação/antena, a lógica placa, as tampas das dobradiças da tela, a tela, a placa de áudio do laptop, as ventoinhas e a placa MagSafe 3, bem como as placas USB-C e a placa Touch ID. E claro, executar todos estes procedimentos de forma organizada (para não se perder na hora de remontar) e cuidadosa (para não danificar nenhuma peça)!

Pessoalmente, esperava que tais limitações fosse algo relacionado a natureza da arquitetura baseada no set de instruções ARM, já que muitos componentes eletrônicos (inclusive a memória RAM) são integrados diretamente em um único chip (o SoC Apple M1), o que reduz a complexidade da construção, mas também limita as possibilidades de reparo e troca. Por isto, acredito que a integração da bateria na parte superior da carcaça tenha sido feita por necessidade para acomodar o novo chip, já que este último também afetará o design do sistema de refrigeração de todo o equipamento.

E como já devem saber, calor e baterias de lithium não combinam… &;-D