Canonical não não irá adotar o GNOME 40 no próximo lançamento

Em breve, o futuro GNOME 40 será lançado. Dentre as principais novidades (além da mudança do sistema de gerenciamento de versões), está o uso gradual da nova biblioteca gráfica GTK 4.0 e a partir dela, a implementação de uma série de melhorias funcionais, visuais e cosméticas em sua interface, a qual certamente irá exigir um enorme trabalho por parte dos desenvolvedores. Por isso, existe uma enorme preocupação de que existam problemas relacionados a incompatibilidades da interface gráfica com plugins e extensões…

“In a forum post, Ubuntu developer Sebastien Bacher mentioned that the redesign of the GNOME shell might cause compatibility issues with the extensions. Ubuntu relies heavily on extensions for giving the GNOME desktop the Ubuntu look. The vertical Ubuntu launcher on the left side might also not go very well with the horizontal approach in GNOME 40. GTK 4 is an impressive release for application developers, but it might cause issue with the default Yaru theme. Transitioning Yaru to GTK 4 is a massive task and there might not be enough time for that before the Ubuntu 21.04 release.”

— by FOSS.

Segundo o desenvolvedor Sebastien Bacher, o redesenho da interface do GNOME poderá causar problemas de compatibilidade com as extensões, em vista do Ubuntu depender muito delas para personalizar o ambiente gráfico e dar a aparência e as funções clássicas do sistema que conhecemos, proporcionadas pelo seu tema Yaru (embora eu deteste aquela cor alaranjada). Para variar, algumas mudanças também não se encaixam com o seu perfil, como a adição do inicializador em modo horizontal (que será feita a partir do GNOME 4.0), abandonando o seu uso em modo vertical (no Ubuntu, ele fica posicionado no lado esquerdo da área de trabalho. Por isso, a tendência é de que o próximo lançamento agendado para abr/2021 ainda mantenha o GNOME 3.38, ao passo que o tão esperado GNOME 40 só esteja disponível no lançamento seguinte.

Por um lado, concordo com as precauções em questão, para tornar o ambiente mais funcional e estável (embora sem maiores novidades); por outro, sabendo que as demais distribuições provavelmente também adotarão práticas parecidas (em breve, o Debian entrará em fase de congelamento e o atual GNOME 3.38 será o ambiente gráfico padrão da versão 11 “Bullseyes”), não seria o momento ideal para os desenvolvedores revisarem o seu ciclo de desenvolvimento? Há tempos, defendo uma sincronização baseado em um calendário oficial, no qual o lançamento das distribuições (e seus ambientes gráficos) seriam anuais (ao invés de semestrais), ao passo que os demais componentes do sistema seriam sincronizados a cada 3 ou 4 meses, ou se manteriam do jeito que está.

Assim, não só teríamos distribuições & ambientes gráficos com maior estabilidade (já que teremos um tempo maior para testes e depuração), como também dispor de novas versões que realmente mostrem novidades de impacto, ao invés de pequenas melhorias entre os lançamentos semestrais, que praticamente não são notadas à primeira vista pelos seus usuários. Por isso é que dou preferências para o uso de sistemas com um período mais longo de lançamentos ou que adotem as atualizações rolling-release, ao invés das atualizações semestrais! Em tempo: me digam o nome de uma distribuição popular e semestral, que seja mais estável e menos propensas a problemas de incompatibilidade, que as distribuições clássicas como o Debian e o Red Hat?

Ou então, que adotem de vez o sistema rolling-release… &;-D