Há +20 anos, resolvi adotar “de vez” o Linux como o meu sistema operacional oficial, o qual já utilizava desde 1999 em meu PC desktop. Na época, havia experimentado várias distribuições Linux badaladas (como o Conectiva, o Red Hat e o Mandrake, entre outras), mantendo o Slackware graças a sua leveza e “simplicidade”! Mas bem que poderia ter sido adotada outra distro: também fiz experiências com sistemas como o Gentoo e o Arch Linux, mas as dificuldades técnicas acabaram me fazendo deixá-las de lado…
“Arch Linux, arguably the most widely known rolling-release distribution, just celebrated its 20th anniversary. The project has commemorated its first public release, 0.1, with a snapshot of its original homepage. A few years back, The Reg looked at “the last refuge of the DIY Linux user” and liked it. Arch has several virtues that have helped it to survive and quietly thrive, largely out of the limelight.”
— by The Register.
Tanto o Gentoo quanto o Arch Linux são consideradas distribuições hardcores, já que elas se baseiam em uma abordagem rolling-release (de atualização contínua) e os seus métodos de instalação não utilizam os instaladores gráficos, obrigando o usuário a interagir com a linha de comandos (CLI) e editar arquivos-textos do sistema, para realizar os ajustes e as configurações necessárias. Apesar de estar plenamente satisfeito com as minhas escolhas (Slackware & Debian), confesso que acompanhava as novidades sobre estas distros de tempos em tempos: no caso do Arch Linux, ela completou 20 anos de idade!
O Arch Linux também se destaca em relação a documentação, pois ela é considerada “uma das melhores, mais completas e abrangentes do setor”, chegando ao ponto de muitos escritores de documentações procurarem informações técnicas no seu próprio wiki, para adaptá-las para as suas distribuições corporativas. Inclusive, ela assume um papel fundamental para a orientação daqueles que pretendem fazer uma instalação simples e minimalista do sistema, já que o orienta no processo de criação de partições, de instalação do sistema em si, de implementação de um carregador de inicialização, além de outras configurações adicionais. Melhor que a documentação da Red Hat? Tenho as minhas dúvidas…
O Arch Linux se difere do Gentoo, por não obrigá-lo a realiza a compilação dos pacotes necessários para a sua instalação, agilizando bastante todo o processo até o estabelecimento de um sistema pleno e funcional. Após a sua instalação, a atualização do sistema é algo relativamente simples e não exigirá maiores esforços, além do seu repositório disponibilizar as versões mais recentes dos softwares em uso (uma característica típica de sistemas rolling-release). Porém, estas atualizações deverão ser feitas de forma regular, pois caso contrário a quantidade de mudanças serão enormes, a ponto de afetar a estabilidade do sistema, caso seja efetuada esta operação após um longo tempo sem uso.
Definitivamente, o Arch Linux (assim como o Gentoo e talvez o Slackware) não é uma distribuição indicada para aqueles que estão estabelecendo o seu primeiro contato. Para estes usuários, distribuições clássicas como o Ubuntu, o Fedora e até mesmo o Debian, certamente serão as mais indicadas, por automatizarem todo o processo e entregar ferramentas gráficas para auxiliar na sua instalação. Porém, a partir do momento em que eles se sentirem mais à vontade com o sistema, poderão utilizar uma VM para realizar a instalação do Arch Linux para fins de testes (seguindo as recomendações de sua documentação oficial). E se tudo der certo, porquê não torná-la o seu sistema oficial?
Vida longa ao Arch Linux! Embora, provavelmente não venha a utilizá-la… &;-D