Embora as tecnologias de transmissão de dados sem fio (como o Wi-Fi e o 5G) estejam em alta nos dias de hoje (graças a ascensão dos dispositivos móveis), o que torna o acesso a infraestrutura de redes e a Internet uma realidade, são as tradicionais conexões cabeadas! Estas por sua vez, se baseiam em padrões de redes bem estabelecidos, para garantir a padronização e a interoperabilidade entre diferentes fabricantes. Dentre eles, está o bom e velho Ethernet…
“(…) Ethernet that won the battle for LAN standardization through a combination of standards body politics and a clever, minimalist – and thus cheap to implement – design. It went on to obliterate the competition by seeking out and assimilating higher bitrate protocols and adding their technological distinctiveness to its own. Decades later, it had become ubiquitous. If you’ve ever looked at the network cable protruding from your computer and wondered how Ethernet got started, how it has lasted so long, and how it works, wonder no more: here’s the story.”
— by Ars Technica.
O que tornou o Ethernet o padrão dominante em redes locais, não foi a sua grande capacidade de transferência de dados, a sofisticação dos seus mecanismos de transmissão de dados ou ainda, todo o hype promovido em torno da sua tecnologia: o design inteligente, a simplicidade, a eficiência, o minimalismo e (acima de tudo) o baixo custo de implementação, foram os fatores preponderantes para torná-lo onipresente nas redes de computadores dos dias de hoje! Seja através do uso de sistemas de cabeamentos de par-trançados ou modernas fibras ópticas.
Como muitos especialistas e aficcionados por infraestrutura de redes já devem saber, o Ethernet foi desenvolvido por Bob Metcalfe e colaboradores na Xerox PARC (Palo Alto Research Center) por volta dos anos 70 e a sua primeira versão era capaz de transmitir dados a uma taxa de “incríveis” 3 Mbps (para a época) e dada as suas particularidades acima citadas, aos poucos foi suplantando as demais tecnologias que coexistiam em sua época. No entanto, o sistema de cabeamento utilizado em sua época era o coaxial, que apesar de oferecer excelente blindagem contra interferências eletro-magnéticas, tinha as suas deficiências e limitações.
A partir daí, não só foram feitas melhorias no novo padrão para alcançar maiores velocidades de tráfego (10, 100 e 1000 Mbps), como também foram adotados mecanismos de contenção para tornar mais eficiente, o compartilhamento do meio de comunicação (CSMA/CD). Ao mesmo tempo, foram desenvolvidas novas mídias para a transmissão de dados, como é o caso dos cabos de par-trançado e posteriormente os de fibra óptica. Por fim, a Xerox decidiu se juntar a outras empresas do ramo, para obter apoio e suporte na fundação de um consórcio para o seu desenvolvimento: o DIX (Digital, Intel e Xerox).
Tempos depois, vimos a evolução dos dispositivos de redes e demais componentes de hardware, os quais são essenciais para estabelecer a conexão das estações com a infraestrutura de rede, bem como as melhorias proporcionadas para os cabos de redes (seja par-trançado ou fibra óptica), além de novas tecnologias, softwares e serviços que tiram proveito de todo este ecossistema que se formou, em torno do padrão. Dada a sua onipresença e importância vital para as redes como a conhecemos, pode-se dizer sem o Ethernet, não existiram as redes tal como a conhecemos! E (como de praxe), vou ficando por aqui. 😉
Aproveitem também para ler “The History of Computer Communications”… &;-D