O Raspberry Pi é uma plaquinha eletrônica desenvolvida em torno de um SoC baseado na arquitetura ARM, além de ser dotada de todas as conexões essenciais para a montagem de um mini-computador. Voltada para o uso em diversos projetos que vão de aplicações eletrônicas a serviços digitais, ela se destacou por ser um dispositivo muito barato e relativamente potente, custando em média apenas US$ 35.00, além de ser amplamente suportada por vários desenvolvedores e fabricantes, no que concerne a softwares suportados e acessórios disponíveis no mercado…
“RVBoards has launched a $99 Nezha SBC that runs Linux on the 1GHz Allwinner D1 SoC with a 64-bit, RISC-V XuanTie C906 core. The SBC provides 1GB RAM, GbE, HDMI, 2x USB, 40-pin, and LCD, cam, and audio add-ons. RVBoards, a community project from PerXLab, has gone to Indiegogo to launch the first SBC built around the recently revealed, RISC-V architecture Allwinner D1 SoC. The open-spec, Linux supported Nezha SBC starts at $99. Prices move up to $170 for a fully configured model with touch-panel, mic array, and USB camera add-ons, which are also available separately.”
— by LinuxGizmos.
Com a popularização da arquitetura RISC-V, será que um dia teremos uma plaquinha designada para ela com o mesmo perfil do Raspberry Pi? Felizmente sim! Graças a RVBoards, teremos em breve a Nezha, uma placa baseada em um SoC Allwinner D1, que por sua vez é dotado de uma CPU single-core de 1 GHz, uma GPU com suporte a geração de imagens em 2D (sem aceleração 3D) e definição Full-HD a 60 FPS, além de 1 GB de memória RAM DDR3. Para complementar o pacote, ela também oferece suporte para a conectividade em redes sem-fio (Wi-Fi e Bluetooth) e físicas (USBs, Ethernet, HDMI, áudio, UART e GPIO). Por fim, o armazenamento é limitado a uma unidade flash de apenas 256 MB, embora extensível através do suporte a cartões micro-SD.
Até o presente momento, temos apenas uma pequena lista de sistemas operacionais suportados (o Debian 11 e o Tina OS, com o Fedora e Ubuntu em andamento), o que acaba limitando bastante o seu uso. Porém, graças ao suporte ao Tina OS (que por sua vez é derivado do OpenWRT, um sistema designado específicamente para roteadores integrados), a placa poderá ser utilizada em projetos de infraestrutura de redes, como a customização de um ponto de acesso personalizado, um pequeno servidor WEB ou até mesmo dedicá-lo para tarefas como análise e filtragem de tráfego (se a CPU “aguentar o tranco”)! Por fim, a empresa também afirmou que foram feitos testes para o uso de determinadas linguagens de programação, como C/C++, JS, WASM, Rust, GoLang e Python.
Apesar da relação custo vs benefício ser ruim (em comparação ao Raspberri Pi, que por sua vez é bem mais barato, oferece mais recursos de hardware e é plenamente suportado no mercado), obviamente a placa é voltada para aqueles entusiastas (como eu) que querem ter o primeiro contato com a arquitetura RISC-V. Por fim, apesar de muitos questionarem a ausência do suporte a aceleração 3D, na minha opinião ela é muito bem vinda, pois estas unidades praticamente não possuem potência gráfica o suficiente e raramente são utilizadas nos projetos que necessitam dela (exceto os “retro-consoles”). No final das contas, a ausência deste recurso também simplificará a vida dos desenvolvedores de drivers, já que eles não terão que se preocupar com o suporte para a aceleração 3D.
Ainda assim, prefiro o bom e velho Raspberry Pi… &;-D