Quando soube da existência dos processadores baseados no set de instruções ARM há +15 anos, simplesmente fiquei… encantado! Além de oferecer arquiteturas de CPUs “simples”, poderosas, eficientes e acessíveis, a ARM também me conquistou pelo fato dela prover licenças para o uso de suas propriedades intelectuais e assim, possibilitar qualquer empresa a fabricar processadores baseadas nelas! E no centro deste novo ecossistema está o Linux, o kernel que (até o momento) entrega o melhor suporte para esta classe de unidades de processo…
“At Google, we constantly push the boundaries of computing, exploring what is possible for grand challenges ranging from information retrieval, global video distribution, and of course generative AI. Doing so requires rethinking systems design in deep collaboration with service developers. This rethinking has resulted in our significant investment in custom silicon. Today, we are thrilled to announce the latest incarnation of this work: Google Axion Processors, our first custom Arm®-based CPUs designed for the data center…”
— by Google Cloud Blog.
E a partir de agora, entrará em cena mais um gigante da Tecnologia: o Google anunciou o Axion, o seu primeiro processador baseado no set de instruções ARM, customizado para atender as necessidades e demandas dos datacenters. Embora esta não seja a primeira investida na área (a empresa já havia lançado os SoCs Tensor para a sua linha de smartphones e tablets Pixels), o Google Axion se destaca por ser baseado na arquitetura Neoverse, que por sua vez foi feita para entregar a máxima performance computacional, atendendo (além dos datacenters) as demandas exigidas pela computação distribuída e de alto desempenho.
Obviamente, estas novas unidades serão empregadas em seus datacentes e assim, entregar a máxima performance computacional para as aplicações e os serviços oferecidos pela empresa “nas nuvens”! Dentre os futuros beneficiados, estarão os clientes do GCP (Google Cloud Plataform), que por sua vez poderão contar com instâncias (máquinas virtuais e containers) com desempenho até 30% se comparado com as soluções ARM tradicionais, bem como desempenho de 50% e eficiência de 60% se comparado com as soluções x86 tradicionais. Mas infelizmente eles terão que aguardar, pois a previsão da “entrega” será no final deste ano (2024).
No momento, a empresa já está implementando alguns serviços como BigTable, Spanner, BigQuery, Blobstore, Pub/Sub, Google Earth Engine e a plataforma de anúncios do YouTube, na geração atual de servidores baseados em ARM. A partir daí, estes serviços e muitos outros serão dimensionados para utilizar os novos processadores Google Axion, que por sua vez prometem um salto gigantesco em desempenho para cargas de trabalho de uso geral, como servidores web e de aplicativos, microsserviços em contêineres, bancos de dados de código aberto, caches na memória, mecanismos de análise de dados e processamento de mídia, além de treinamentos e inferência de IA.
A concorrência também possui soluções similares (e talvez menos poderosas), como é o caso da Amazon com o seu processador AWS Graviton, customizado para atender exclusivamente a sua infraestrutura. Já a Microsoft, ela utiliza processadores da Ampere Computing, que por sua vez é uma empresa americana designada para desenvolver soluções voltadas de forma exclusiva para soluções de alta performance, além de atender a várias outras empresas (além da própria Microsoft). Todas elas também se baseiam na arquitetura ARM Neoverse, a qual possui outras séries (além da V, a N e a E) projetadas para atender a propósitos específicos.
Enquanto isso, fico “preso” nesse “mundinho x86” por causa do Windows… &;-D