Em um passado não muito distante, as CPUs Intel Atom se tornaram o centro das atenções, graças ao lançamento de uma nova categoria de ultra-portáteis muito promissora: os netbooks! Na época, estas unidades de processamento foram bastante elogiadas pelo baixo custo e baixo consumo de energia, ao mesmo tempo em que também receberam duras críticas em vista do baixo desempenho. Mas no geral, o saldo foi positivo e apesar dos netbooks acabarem sendo esquecidos, tais CPUs continuaram a existir…
“A long awaited N-series of 12th Gen Core silicon is now appearing in first leaks. The i3-N305 and i3-N300 are mobile SKUs with up to 8 cores. What is particularly interesting about these chips is that there are no Performance (Golden Cove) cores here. The Core i3 series rely solely on the Gracemont architecture. Furthermore, these ultra-low power SKUs would be the first such designs to launch under Core branding.”
— by VideoCardz.
Tempos depois, as CPUs baseadas nas arquiteturas que surgiram posteriormente, foram sendo comercializadas através das marcas Pentium e Celeron, já que com o tempo o nome Atom passou a ser associado a baixa performance geral. Mais recentemente, a Intel também resolveu acabar de vez com essas linhas, passando a chamar as novas CPUs baseadas na sua atual arquitetura Gracemont apenas como “Processadores Intel”, ao passo que as linhas principais “séries Core” passaram a adotar um design híbrido, utilizando tanto as arquiteturas de baixo consumo (E-Cores) quanto as de alta performance (P-Core).
Porém, uma nova unidade irá “bagunçar” de vez a linha divisória entre estas unidades: eis, a novíssima série Intel Core i3-N300! Apesar delas receberem a nomenclatura Core i3, esta nova linha (composta pelos modelos N300 e N305) se basearão exclusivamente na arquitetura Gracemont (E-Core), utilizando até 8 núcleos computacionais! Com uma frequência base de 1.8 GHz (até 3.78 GHz em modo turbo), estas CPUs certamente serão destinadas para os dispositivos móveis finos e de baixo consumo, como os ultra-portáteis. Por fim, elas terão até 2 MB de cache L2 e 6 MB de cache L3, além de suportar apenas as memórias DDR4-3200.
Em um teste de benchmark publicado pela Geekbench, a nova CPU alcançou 1025 pontos em single-core e 4420 pontos e multi-core. Apesar destes números não serem tão altos, eles se equiparam aos valores alcançados por unidades mais antigas, como o Intel Core i7-8750H (hexa-core, 974 e 4438 pontos) e o AMD Ryzen 7 5700U (octa-core, 1021 e 5433 pontos), todas também voltadas para o mercado de dispositivos móveis. Para uma CPU de entrada que ainda será lançada, além de ser baseada em uma arquitetura com ênfase no baixo consumo, ainda assim estes números são bastante expressivos para esta categoria de processadores!
Lembro-me de um engenheiro da Intel ter comentado há algum tempo, que um arranjo de 4 núcleos E-Cores equivalem a um único núcleo P-Core. Se isto for verdade, esta nova unidade terá um desempenho equivalente a metade de uma CPU Intel Core i3 de 12a. geração (Alder Lake), já que estas últimas possuem pelo menos 4 núcleos. Por fim, também teremos uma outra nova unidade Core i3, que será dotada de 4 núcleos E-Core, além de 1 ou 2 núcleos P-Core. Resumindo: que confusão! Não teria sido mais simples criar uma nova linha batizada de Intel Core i1?
Sem contar o monte de Threads para confundir ainda mais… &;-D