Há muitos anos (nos tempos do Orkut), um usuário leigo em hardware se tornou famoso por perguntar em uma rede social, como fazer para “atualizar” o seu processador. Na época, o idiota ele era dono de um Intel Pentium 4 e queria aumentar a sua velocidade, fazendo-o rodar a 4.5 GHz e dispor de outros recursos (que não me lembro). Obviamente por se tratar de uma peça de hardware (e não software), tal intervenção não pode ser executada e por isto, a sua postagem viralizou rapidamente, se tornando tema central de muitas piadas e gozações…
“Intel has officially revealed its Intel On Demand program (opens in new tab) that will activate select accelerators and features of the company’s upcoming Xeon Scalable Sapphire Rapids processor. The new pay-as-you-go program will allow Intel to reduce the number of SKUs it ships while still capitalizing on the technologies it has to offer. Furthermore, its clients will be able to upgrade their machines without replacing actual hardware or offering additional services to their clients.”
— by Tom’s Hardware.
O que muitos não esperavam é que a Intel há tempos já planejava oferecer um serviço do gênero, no qual o usuário pagaria por uma licença para desbloquear funções e recursos disponíveis em sua unidade de processamento! Em troca, ele teria alguns megabytes extra de memória cache, além de núcleos destravados, HT habilitado e claro, aumento da velocidade (frequência)! Mas infelizmente, esta proposta não muito bem recebida e acabou caindo no esquecimento. Não mais: a empresa a trouxe de volta, através do anúncio oficial do programa Intel On Demand para a sua nova linha de CPUs Xeon Sapphire Rapids (4a. geração), no qual o usuário poderá ativar recursos adicionais sob demanda (daí o nome), através de uma subscrição!
A Intel quer reduzir o número de SKUs (Stock Keeping Unit) para simplificar o seu catálogo e prover uma melhor oferta de produtos, além de faturar ainda mais com as inovações que deseja oferecer! A empresa sabe que nem todos os clientes precisam de determinadas serviços e recursos em todos os momentos e por isso, um sistema baseado em subscrição traria uma maior flexibilidade para esta classe de clientes: caso uma determinada tecnologia seja necessária, bastará que ele pague pela subscrição em questão, para tê-la ativada sem a necessidade de ter que trocar o processador ou ainda, necessitar de serviços adicionais para isto.
Na lista de tecnologias que a Intel deseja disponibilizar, temos a Software Guard Extensions, Dynamic Load Balancer (DLB), Intel Data Streaming Accelerator (DSA), Intel In-Memory Analytics Accelerator (IAA), Intel In-Memory Analytics Accelerator e Tecnologia Intel QuickAssist (QAT). Como estas tecnologias destinam-se a cargas de trabalho totalmente diferentes, muito poucos clientes precisarão de todas elas ao mesmo tempo, podendo ser ativadas conforme o dimensionamento do seus datacenters ou para atender a determinadas demandas. Inclusive, esta modalidade já tem nome: Software Defined Silicon (SDSi)!
Se vai “dar certo” ou “funcionar”, não sabemos. Por ora, o lançamento do programa On Demand deixa mais perguntas do que respostas, pois ainda não se sabe por quanto a Intel irá cobrar para ativar determinados recursos, além do seu impacto real na performance e produtividade dos sistemas equipados com esta classe de processadores, bem como o interesse dos clientes em contar com estes “serviços por demanda”. Porém, já se sabe que algumas empresas de renome como a H3C, a HPE, a Inspur, a Lenovo, a Supermicro, a PhoenixNAP e a Variscale, farão parte do programa em questão e portanto, existem boas expectativas.
Uma pena que ele está reservado apenas para CPUs de servidores… &;-D