A partir da versão 3.0 (em comemoração aos 20 anos de existência do Linux), o kernel Linux adotou um novo sistema de versionamento, o qual ainda utiliza três dígitos para demarcar a sua evolução em ciclos bem curtos. O primeiro dígito (major release) praticamente não tem função alguma (o qual somente muda a partir de 20 ciclos), ao passo que o segundo dígito (minor release) possui uma grande importância para o lançamento de cada novo ciclo que dura em média, 2 meses. Por fim, o terceiro dígito é designado exclusivamente para as pequenas correções…
“Linus Torvalds announced today the release and general availability of Linux kernel 6.9, the latest stable version of the Linux kernel that introduces several new features and improved hardware support. Highlights of Linux kernel 6.9 include Rust support on AArch64 (ARM64) architectures, support for the Intel FRED (Flexible Return and Event Delivery) mechanism for improved low-level event delivery, support for AMD SNP (Secure Nested Paging) guests, and a new dm-vdo (virtual data optimizer) target in device mapper for inline deduplication, compression, zero-block elimination, and thin provisioning.”
— by 9to5Linux.
Apesar de serem bem curtos, estes pequenos lançamentos trazem boas novidades, como é o caso do kernel Linux 6.9 (lançado no último final de semana). Em destaque, uma série de tecnologias e recursos que serão suportados pelas mais recentes distribuições GNU/Linux que utilizem esta versão do kernel, algo que (na minha opinião) é até mesmo inesperado em vista do curto período entre os lançamentos! Em vista do grande número de novidades relacionadas, irei me concentrar apenas naquelas que considero especiais, em virtude do impacto que elas causarão no atual cenário da Informática & Tecnologia.
O suporte para a linguagem de programação Rush em arquiteturas AArch64 (ARM64) é o principal deles, que por sua vez foi adotada como linguagem secundário para o kernel Linux, em vista das vantagens oferecidas por ela em comparação com outras linguagens mais tradicionais como C, que por sua vez é o padrão. Rush se destaca por ser capaz de realizar a gestão de memória de forma mais eficiente, além de prover mecanismos que a tornam seguras contra códigos mal escritos, os quais tendem a deixar brechas para exploração de uma série de vulnerabilidades. Inclusive, ele é recomendado por agências especializadas em segurança.
A seguir, estão os aprimoramentos feitos para o suporte a tecnologias de redes: o novo kernel Linux inclui suporte para o soquete TCP_NOTSENT_LOWAT para a extensão MPTCP, o suporte para encaminhamento de mensagens de erro ICMP em IPSec, o suporte para máquina de estado de controle independente para ligação de acordo com IEEE 802.1AX-2008 5.4.15, o suporte para hosts com múltiplas redes MCTP disjuntas, o suporte para novos Modos de link 2.5GE e 5GE Energy Efficient Ethernet (EEE), o suporte SPP (sinalização e carga útil protegida) AMSDU e o suporte OFDMA de largura de banda mais ampla.
Por fim, não poderíamos deixar os drivers de lado, já que eles fazem parte de aproximadamente 2/3 dos códigos escritos para o kernel Linux e são necessários para uma série de componentes eletrônicos, dispositivos e periféricos: dentre, estão o controlador incorporado do ChromeOS, o Octeon PCI Endpoint NIC VF da Marvell, o gerador de relógio sem fio FemtoClock3 da RENESAS, o processador Snapdragon X Elite (X1E80100) da Qualcomm, o mouse de ação sem fio da Samsung, os teclados universais, os dispositivos HOGP Keyboard Bluetooth e os gamepads da Snakebyte, bem como controladores de toque I2C e SPI da Goodix Berlin.
E a lista é enorme! Confiram o anúncio oficial para maiores detalhes… &;-D