Há um pouco mais de um mês, publiquei aqui as minhas expectativas em relação ao futuro lançamento do Debian 11.0 “Bulleye”. A renomada distribuição comunitária já havia entrado em um estágio de congelamento “leve” (o primeiro dos três previstos), com o objetivo de estabelecer quais pacotes essenciais serão mantidos, para realização dos testes de estabilidade. Previsto para durar apenas um mês, este se encerrou para iniciar um novo estágio…
“This past week Debian 11 “Bullseye” embarked on its hard freeze in gearing up for release later this year. One month after beginning the Bullseye soft freeze, Debian 11 is now under a hard freeze. For the hard freeze, key packages and packaging lacking autopkgtest support are treated as if in a full freeze. Non-key packages with Autopkgtest support are treated as if in the soft freeze still. Autopkgtest is the Debian integrated solution for running automatic package acceptance/conformance testing.”
— by Phoronix.
No congelamento “duro”, os principais pacotes que fazem parte da distribuição, serão tratados como se estivessem em um estado de congelamento “total” (o qual será o terceiro previsto, para ser executado mais à frente). Por isso, pacotes que não são considerados peças-chave e com suporte ao Autopkgtest (ferramenta integrada do Debian para executar testes de aceitação e conformidade dos pacotes), ainda serão tratados como se estivessem no estado de congelamento “suave”. A grosso modo, pode-se dizer que este estágio atual é algo transitório, conforme as regras de migração de testes pré-estabelecidas e por isto, só teremos mesmo uma definição de quando será mesmo data de lançamento, a partir da execução do último estágio.
O Debian possui três versões correntes: estável (stable), a qual corresponde a versão oficial lançada pela fundação; de testes (testing), a qual mantém pacotes que ainda não foram aceitos na versão estável; e por fim, instável (unstable), voltada exclusivamente para o desenvolvimento das futuras versões desta distribuição. Enquanto que a primeira é voltada para aplicações críticas (servidores e estações de trabalho), a segunda é mais indicada para usuários médios/avançados e por fim, a terceira é utilizada exclusivamente por desenvolvedores do sistema ou loucos o suficiente para testarem! 😉
Quanto as futuras versões do Debian, a minha maior expectativa está em relação ao suporte a outras arquiteturas de processadores além da x86: a ARM e o RISC-V. Enquanto que a primeira é dominante nos dispositivos móveis (tablets e smartphones), a segunda é baseada em um set de instruções totalmente aberto, com base nos mesmos conceitos de Open Source (voltado para o hardware ao invés do software). No caso da ARM, com o recente lançamento da unidade Cortex-X1 (que entrega alto desempenho em relação as demais CPUs), muito provavelmente veremos Chromebooks e Chromebox serem lançados em breve, oferendo maior performance graças a adoção desta nova unidade computacional.
Obviamente, será bom saber que o (futuro) Debian funcionará neles… &;-D