Recentemente, havia feito algumas postagens sobre as iniciativas em relação a remoção de códigos proprietários indesejáveis (mas indispensáveis) em projetos importantes como o Libreboot, embora outros como o Debian tenha dado “um passo atrás” ao incluir em seu lançamento recente, os drivers proprietários nas imagens oficiais para a instalação da distribuição (felizmente, ainda teremos a opção de realizar a instalação sem esta classe de componentes). Queiram ou não, ainda temos que “conviver” com os softwares proprietários…
“Following yesterday’s release of Linux 6.4, the FSFLA team has released GNU Linux-libre 6.4-gnu as the newest version of this downstream kernel that aims for “100% freedom” with removing any kernel remnants that depend upon non-free-software microcode/firmware or other binary blobs as well as removing the ability to load proprietary kernel modules.”
— by Phoronix.
Como já sabemos, 2/3 do kernel Linux é composto de drivers & firmwares e o reconhecimento de hardware é fundamental para o sucesso das distribuições GNU/Linux. Por isto, usar um sistema dotado de 100% de Software Livre é algo bastante complicado, pelo fato de que muitos fabricantes não oferecerem o devido suporte ao Código Aberto ou ainda, possuem restrições para a liberação do código-fonte desta classe de componentes. Felizmente, alguns projetos alinhados ao “perfil Stallman” realizam grandes esforços para nos livrar das amarras do código proprietário, promovendo a remoção de blobs binários e microcódigos proprietários, para que possamos ser “livres de verdade”!
Um desses projeto é o kernel GNU Linux-libre, que por sua vez promove a remoção de qualquer componente remanescente do kernel que dependa de blobs binários, microcódigo e/ou softwares proprietários em geral, além de remover a capacidade de carregar módulos proprietários do kernel. O mais recente lançamento (baseado no kernel Linux 6.4) promove a limpeza de microcódigos e suas documentações para a plataforma x86, a remoção de drivers para alguns componentes de criptografia (QAT) e de determinados protocolos de redes (Bluetooth NXP), além da limpeza do nomes de blobs em arquivos DTS para as plataformas Aarch64.
Confesso que até então, via estas iniciativas com um certo ceticismo, pois há muitos anos sofríamos com as distribuições GNU/Linux na época, em vista da falta de drivers, bibliotecas e APIs para o suporte aos dispositivos e periféricos. Em geral, éramos obrigados a comprar equipamentos mais antigos (e com maiores chances de serem suportados) ou com a reputação de funcionarem no Tux, além de escolher à dedo os componentes que fariam parte do novo PC desktop. Por outro lado elas também me agradam, pois trazem alternativas e soluções abertas para o suporte ao hardware em geral e assim, garantem uma maior independência a todo o ecossistema que se formou em volta do Linux & Software Livre.
Por isso, não foi à toa que Torvalds mostrou o “dedinho” para a Nvidia… &;-D