Um dos maiores problemas em relação a aquisições das empresas por outras corporações, está no fato das futuras reformulações afetarem a vida daqueles que fazem o uso dos seus produtos e serviços. Um “belo” exemplo foi a venda da Sun para a Oracle, que por sua vez promoveu mudanças em relação a manutenção softwares livres consagrados como o OpenOffice.org, o MySQL e o VirtualBox. O primeiro praticamente foi abandonado, o segundo perdeu a popularidade por se tornar um produto comercial e o terceiro nem é mais distribuído oficialmente nas principais distribuições Linux…
“Red Hat’s decision earlier to stop development of the Linux distribution CentOS to concentrate on CentOS Stream has created a brouhaha on social media. That’s because it has IT pros who are dependent on the popular server operating system scurrying to figure how best to replace it now that Red Hat and the CentOS board have announced that at the end of 2021, CentOS as a Red Hat Enterprise Linux clone will cease to exist.” — by IT Pro Today.
Agora, “parece” que chegou a vez da Red Hat: após a sua aquisição por parte da IBM, a empresa iniciou um processo de reformulação do Projeto CentOS, ao decidir interromper o desenvolvimento da distribuição (que basicamente é uma compilação da Red Hat para o uso sem subscrição), para se concentrar no CentOS Stream, um versão contínua (rolling-release) para desenvolvedores, que surgiu a partir de set/19. Agora, ela se tornará a fonte (upstream) de softwares que irão fazer parte das futuras versões do Red Hat!
O problema é que existe um grande número de empresas que optam pelo CentOS, por desejar obter a mesma estabilidade do Red Hat, mas não querem pagar por subscrições para fazer o uso do sistema. Portanto, não haverá um clone RHEL para o uso livre (mesmo que sem suporte) para as empresas e comunidades, embora ainda tenhamos a possibilidade de ter uma edição do Red Hat Enterprise Linux gratuita restrita, a ser anunciada em um futuro não muito distante. Esta, certamente será voltada para aqueles que queiram substituir o CentOS.
Até existem outros projetos baseados no RHEL: o Oracle Linux, o ClearOS e o Scientific Linux. Porém, o primeiro é um sistema mantido pela Oracle (que por sua vez não possui uma relação muito “amigável” com a comunidade); já o segundo, é designado para o uso em pequenas e médias empresas e gateways; por fim, o último deixou de ser desenvolvido em prol da utilização do próprio CentOS. Por isso, o anúncio do desenvolvimento da Rocky Linux (que será baseada no código-fonte da RHEL) ganhará uma importância especial, por se tornar a única versão livre deste maravilhoso sistema operacional!
Só espero que a IBM não se torne uma nova Oracle… &;-D