Embora o Linux esteja no centro de todo o ecossistema de softwares de código aberto, a essência do Software Livre vai muito mais além disso. A liberdade é a sua principal fundação, que por sua vez é compreendida através dos seguintes pilares: de uso, de estudo, de modificação e de redistribuição! Por isto, não é apenas aplicável aos softwares, mas também a todos os componentes de hardwares que se encaixam dentro do contexto, indo desde a implementação de drivers a arquiteturas e designs, que ditam como estes elementos irão funcionar…
“In the next Libreboot releases, ROM images that exclude CPU microcode updates will once again be available. Libreboot’s Binary Blob Reduction Policy dictates that each mainboard must be provided with as few binary blobs as possible, ideally none. At present, all x86 and ARM mainboards supported in Libreboot (in lbmk.git and in releases) can boot with entirely free software, requiring zero blobs of any kind from coreboot.”
— by Libreboot.
O firmware da placa-mãe é um deles e o Projeto Libreboot (que por sua vez se originou do corebook, que por sua vez é também conhecido como LinuxBIOS) tem como principal objetivo, substituir os firmwares proprietários (BIOS e UEFI) que são responsáveis por gerenciar os recursos de hardwares do sistema, além de prover uma interface de comunicação, para que os sistemas operacionais possam inicializar e interagir com o equipamento em uso. No entanto, as antigas edições deste firmware ainda dependiam de blobs binários, para que pudesse funcionar sem maiores inconvenientes nos hardwares suportados. Não mais!
As futuras edições do Libreboot terão disponíveis, as imagens ROM que excluem as atualizações do microcódigo da CPU, com o objetivo de atender a política de redução de blobs binários do próprio Libreboot. Esta por sua vez, determina que cada placa-mãe deve receber o menor número possível de blobs binários e se não tiver nenhum, melhor ainda! A partir de agora, todas as placas-mãe designadas para as plataformas x86 e ARM suportadas no Libreboot, podem inicializar com software totalmente livre, sem blobs de qualquer tipo inserido no coreboot.
Em destaque, estão as atualizações do microcódigo das CPUs, que por sua vez são necessárias para corrigir problemas críticas de segurança e de estabilidade dos processadores e por isto, devem ser fornecidas por padrão, em todas as placas mãe designadas para a plataforma x86. No entanto, o Projeto Libreboot acredita que as atualizações de microcódigo nem mesmo se qualificam como software “de fato”, embora estas sejam rotinas de código responsáveis apenas por aplicar correções que se limitam a ativar e/ou desativar determinados recursos das CPUs.
Tal como aconteceu com o Torvalds há vários anos em relação ao Linux, que “promoveu” a inclusão de blobs binários no kernel, o mesmo se deu em relação ao Linuxboot, que por sua vez teve uma política recente alterada para prover suporte aos microcódigo e assim, aumentar o número maior de plataformas suportadas. No entanto, tal medida deixou bastante insatisfeito um pequeno grupo de usuários que apesar de serem uma minoria, possui voz ativa na comunidade. Para este seleto grupo, o Projeto Linuxboot irá oferecer imagens ROMs sem o microcódigo integrado.
Mas fica o aviso: a utilização destas imagens é por sua conta e risco… &;-D