… ao contrário do que sugere o sistema de numeração! Linus Torvalds, criador e líder do kernel Linux, ainda utiliza o tradicional sistema de versionamento baseado em 3 dígitos: X.Y.Z. Enquanto que o dígito X representa as versões major release (as quais trazem grandes mudanças em relação a anterior), o dígito Y representa as versões minor releases (as quais trazem apenas melhorias pontuais) e por fim, o dígito Z representa apenas as correções feitas…
“Roughly every two dozen kernel versions, Linus Torvalds tends to bump the Linux kernel’s major version number, essentially so the minor version number doesn’t get too large. As such, what was previously planned to be version 5.20 is now Linux 6.0. The “merge window” during which contributors can send in requests for their new code to be incorporated is currently open, and then will come a period of testing and integration work…”
— by The Register.
Mas no caso do kernel Linux, não existem mais edições major release e o seu desenvolvimento segue de forma suave e pontual há anos (desde a versão 3.0)! O motivo pelo qual o mestre Torvalds ainda utiliza este sistema, está no fato de que com ele é possível definir numerações que evitam o uso de “números enormes”, tal como acontece atualmente com os navegadores WEB! A cada 20 novas edições, o dígito X entra em cena, além do dígito Y ser reinicializado. Por este motivo, não teremos versões 5.20 do kernel Linux ou algo acima disto. Ainda assim, a edição 6.0 terá uma atenção especial, por ser um número “grande e redondo”!
Dentre as melhorias previstas, estão os aperfeiçoamentos feitos para o protocolo SMB3, com destaque para o uso de múltiplas conexões para melhorar o desempenho geral na transferência de dados, além do abandono para o velho protocolo SMB1. O suporte para a arquitetura RISC-V também vem melhorando gradativamente, com as mudanças para manipulação de contêineres e aplicativos Docker. Por fim, o suporte para o protocollo de rede DECnet também será removido, uma vez que esta tecnologia legada foi lançada na metade da década de 70 e não é mais usada.
Outras novidades menos importantes também foram citadas, como o suporte para os novos aceleradores Gaudi2 da Intel, que visam fornecer aceleração de hardware às bibliotecas de aprendizado de máquina TensorFlow. Além disso, as CPUs Intel Xeon “Sapphire Rapids” e os chips AMD Ryzen 6000 séries também serão beneficiados, com as melhorias para o gerenciamento de energia feito via ACPI. Por fim, o suporte para o subsistema framebuffer (fbdev) ainda será mantido, graças a colaboração do novo desenvolvedor Helge Deller, da SAP!
Além de mais outras pequenas novidades “pretty boring”! Apesar de todo o “burburinho” causado pela nova versão “major release”, na prática esta será mais uma atualização do kernel, como outra qualquer que ocorre em média, a cada 10 a 12 semanas: suave, tranquila e sem maiores percalços (tal como o mestre Torvalds tanto gosta)! Por isto, não se espantem em saber que ela não receba maiores atenções em sites, portais e blogs especializados (mesmo) no assunto, já que as mudanças em geral são pontuais e não geram tanto impacto para a indústria de TI.
Mas como diz o velho ditado: “de grão em grão”… &;-D