Um dos aspectos que mais me encanta em redes de computadores, está na sua aderência a padrões abertos e seus protocolos, permitindo que diferentes fabricantes de hardware e software, desenvolvam produtos e serviços que estabeleçam conectividade entre si. Em redes de computadores, não há espaços para as práticas monopolistas que conhecemos (alô, Microsoft!), já que a interoperabilidade é a palavra de ordem, para este importante mercado…
“Networks of the not-to-distant future could feature many more open-source software components, advanced programmability, and be delivered as-a-service, according to experts speaking at the Future:Net 2021 symposium. Attendees of the virtual event heard predictions from vendors such as Cisco, Google, and Microsoft as well as academics and analyst firms such as Gartner and 451 Research. A key theme from many of the speakers was that networks and networking technology of the future will feature way more software controls and programmability than most enterprise customers see in their environments today.”
— by Network World.
Eis, um artigo que me chamou a atenção, publicado pelo portal Network World, na semana passada (25/mar). Nele, o editor Michael Cooney destaca a importância das tecnologias Open Source, com ênfase na utilização de sistemas operacionais voltados exclusivamente para redes, como é o caso do SONiC. Este por sua vez, poderá ser utilizado em hardwares de vários fornecedores, para disponibilizar recursos importantes, como o suporte a protocolos de roteamento (BGP), tecnologias de acesso direto ao hardware (RDMA) e Qualidade de Serviço (QoS). O que mais impressiona é saber que o sistema em questão é baseado no kernel Linux e é desenvolvido e encabeçado pela Microsoft (e seus parceiros), que há muitos anos já foi “inimiga declarada” do Tux e a comunidade de Software Livre. Atualmente, ela declara que “ama o Linux”!
A seguir, a automação e a orquestração irão entrar em cena, para ditar as bases do gerenciamento da infraestrutura, com destaque para a capacidade de programar a rede! Os administradores estarão no controle do software que rege o seu funcionamento e através de códigos, serão capazes de moldar todo o seu comportamento, desde o processamento interno dos pacotes, até a definição das funções e recursos existentes, nos dispositivos de redes da infraestrutura. E uma vez programável, novas rotinas serão definidas para estas redes, tornando-as autônomas e conferindo-lhe a capacidade de decidir e reagir, no que concerne a mudanças relacionadas a tráfego de dados, podendo definir o escalonamento necessário, para suportar as novas cargas de trabalho.
Para mim, que sou um especialista em infraestrutura de redes, linuxer “de carteirinha” e entusiasta do Software Livre, confesso que este está sendo um momento muito especial! Acompanhar a evolução das redes de computadores no que concerne a aspectos relacionados ao código-aberto, mesmo sabendo que muitas destas empresas se apóiam na definição do OpenSource e não do Software Livre (que apesar de compartilhar muitos aspectos, diferem-se na filosofia), além de realizar os estudos necessários para obter os conhecimentos técnicos e as habilidades inerentes, está sendo um processo para lá de agradável e interessante, ao invés de ser massante e tedioso. Estou curtindo muito!
Agora, só falta (re)aprender a programar… &;-D