E lá vamos nós, promover as séries “lembro-me como se fosse ontem” e “antes tarde, do que nunca”! Em 2002, havia experimentado várias distribuições GNU/Linux e decidido manter em meu PC desktop, a Red Hat. Embora estivesse muito satisfeito com esta distro, a vontade de aprender mais sobre o funcionamento do sistema acabou me direcionando para o Slackware Linux 8.1, que por sua vez havia sido recentemente lançado e ganhado muitos elogios. Considerada uma distro “amigável para os experts”, tive algumas dificuldades para dominá-la de início, mas desde então me tornei um grande fã e fiel usuário deste sistema…
“Once upon a time in the early days of Linux, after months of tinkering with a customized distribution and putting it online for beta testing, I got the crazy idea to call it stable and to post the announcement linked below starting Slackware on the path to where it is today. To everyone who has contributed in any way along the line, I offer my sincere thanks. So, where are we now? I’m still looking at a few blockers that need to be handled before I can call -current a 15.1 beta, but we’ll get there fairly soon. Thanks for enabling me to keep doing the work I love – this site has really been instrumental. All the best to everyone.”
— by Patrick Volkerding (Patreon).
Embora não tivessem sido as primeiras a serem lançadas, o Slackware (jul/93), o Debian (set/93) e a Red Hat (mai/95) se tornaram as distros mais antigas em atividade, trazendo não só grandes benefícios para o Software Livre, como também influenciando as distros posteriores, sejam estas derivadas desta trindade ou até mesmo criadas com o objetivo de superá-las! E o Slack (apelido dado pelos seus fãs) se tornou especial também pelas suas particularidades: é uma das poucas distros mantidas por um homem só! Eis, Patrick Volkerding “O Cara”!
Inspirada na distro SLS, o Slackware se tornou um sistema diferenciado, por estabelecer a filosofia KISS (“Keep It’s Simple, Stupid”), simplificando ao máximo toda a sua infraestrutura de software. Ele não promove o suporte aos tradicionais scripts e ferramentas de automação, necessários para facilitar a detecção do hardware ou estabelecer as configurações básicas, além de não dispor de gestão de pendência de pacotes, exigindo assim uma maior intervenção administrativa por parte dos usuários (e de quebra, promove um maior aprendizado). Por isto, o sistema se tornou mais rápido e estável, com menos falhas & vulnerabilidades.
Tempos depois, o seu criador decidiu remover por completo o ambiente gráfico GNOME, já que na época ele tinha poucos usuários, além de ser mais complicado de se manter. Além do KDE ser mais popular e dispor de uma infraestrutura de software mais bem estabelecida (recebendo uma maior atenção por parte de Volkerding, deixando os demais ambientes e interfaces em segundo plano), o GNOME possuía muitos requisitos e pendências para serem atendidos, dando bastante trabalho para a sua compilação (na época, estimava-se que quase 1/3 dos pacotes eram voltados para atender as necessidades do “pé fedorento”).
O que vai ser do Slackware para os próximos anos? Embora a distro ainda seja mantida de forma ativa (com três variantes, voltadas para CPUs x86 de 64 e 32 bits, além de uma versão compilada para SoCs ARM), o seu principal mantenedor já não é mais um “jovem entusiasmado” (que inclusive, chegou a ter alguns problemas de saúde em um passado não muito distante, relegando a gestão do sistema para os seus principais colaboradores). Felizmente, ela conta com uma comunidade pequena e bem participativa, que certamente continuará mantendo o sistema na ausência do seu criador.
Para variar, continua mais viva do que muitas “distros modernas”! &;-D