A cada nova geração de arquitetura, são grandes as espectativas em relação ao salto de performance computacional, bem como os ganhos relacionados a eficiência energética de SoCs, CPUs e GPUs. No caso dos processadores, a Lei de Moore (cunhada em 1965) profetizou que estas unidades dobrariam a cada 18 meses, mantendo-se os mesmos custos de produção. Mas apesar de várias décadas em evidência, esta lei vem perdendo a sua validade, a partir do momento em que os fabricantes (especialmente a Intel) começaram a ter dificuldades para alcançar litografias com dimensões abaixo da casa dos 10nm…
“We already know that AMD’s Zen 4 architecture will move the company to a 5nm node, and AMD’s Rick Bergman has confirmed that AMD’s next-generation Zen 4 architecture will feature ‘a similar long list’ of improvements as Zen 3. (…) AMD’s Rick Bergman confirmed that the company is looking at ‘everything from the caches, to the branch prediction, [to] the number of gates in the execution pipeline’ with Zen 4, delivering improvements to all major aspects of their Zen cores. This is good news for AMD, as these changes should deliver performance improvements across more workloads.”
— by Overclock3D.
Desde então, os saltos passaram a ser incrementais, já que o amadurecimento das tecnologias envolvidas também passou a afetar as inovações em relação as novas arquiteturas. No caso das CPUs x86, passamos a ter unidades multi-nucleares, dotadas de tecnologias Hyper-Threading e otimizações para aumentar o IPC. Em breve, elas também adotarão designs híbridos com o perfil big.LITTLE, os quais combinam o uso de CPUs de alta performance com CPUs de baixo consumo. Por isso, Rick Bergman (CEO da AMD) confirmou que a empresa está buscando oferecer grandes melhorias em todos aspectos, no que concerne a evolução de componentes internos da arquitetura (caches, branch prediction, estágios de pipelines, etc). E esta declaração vai de encontro aos rumores publicados por MustMann (via Twitter) sobre o assunto: a próxima arquitetura de processadores AMD Zen 4 oferecerá saltos consideráveis de performance e desempenho, se comparado com a anterior!
Mas por outro lado, qual executivo admitiria o contrário? Não estou contestando a veracidade das informações (muito pelo contrário e o sucesso alcançado pela própria arquitetura AMD Zen e suas variantes comprovam isso) mas sim, pelo fato deles não entregarem evidências sólidas e concretas que confirmem as suas declarações (um roadmap não nos diz muita coisa). Por fim, toda nova arquitetura é aclamada como a mais poderosa do mercado, oferecendo grandes saltos computacionais em comparação com a anterior (o que nem sempre é verdade)! No entanto, estes 29% também não é algo assim tão acima dos 15% a 20% que estamos acostumados a ver e de qualquer forma, será interessante acompanhar as notícias e eventos sobre o assunto. Torçamos para que de fato, a nova arquitetura consiga cumprir pelo menos, boa parte das promessas feitas!
Seja como for, confesso que estou com o pé atrás em relação a estas (e outras) declarações. A AMD vem entregando melhorias apenas graduais (mas consideráveis e consistentes) em termos de performance em consumo, a cada lançamento de uma nova arquitetura baseada na Zen (ou ainda, otimizações em relação a arquitetura anterior). A tendência é de que ela continue oferecendo os mesmos “pulinhos” que tem feito anteriormente, a não ser que esteja planejamento toda uma nova reformulação de sua atual arquitetura (senão, já teríamos notícias sobre isso), tal como aconteceu com a Intel na 10a. geração de processadores Core. Além do mais, a cada dia estaremos alcançando os limites em relação a redução da litografia dos chips e quando chegarmos lá (de fato), teremos novos capítulos a serem acrescentados nesta novela.
Como diria um excelente chefe que tive: “aguarde e confie”… &;-D