Segundo a Mozilla, não há como o Firefox lutar pelo seu espaço…

… enquanto não tiver um sistema operacional próprio para “promovê-lo”! Pois as empresas que mantém os seus principais navegadores (Google, Microsoft e Apple), se valem da sua posição no mercado em relação aos sistemas operacionais, para dificultar a vida dos usuários na escolha do navegador padrão. Em consequência disso, ela alega que teremos “um efeito cascata monopolista que leva a poucas opções para os usuários, uma queda na inovação, falta de abertura e código inseguro e de baixa qualidade imposto a nós”

“Firefox maker Mozilla is taking aim at Microsoft, Google, and Apple for using their operating systems to steer users to their browsers and stacking the deck against rivals who lack the same OS advantages. Like, for instance, Mozilla. Having these few large companies dominate such an important tech market (…) has a monopolistic ripple effect that leads to few choices for users, a drop in innovation, a lack of openness, and low quality, insecure code thrust upon us, the Firefox developer concluded in a recent report.”

— by The Register.

Tal afirmação se baseia em uma pesquisa patrocinada pela própria instituição, intitulada “cinco jardins murados: por que os navegadores são essenciais para a Internet e como os sistemas operacionais os impedem”. Através dela, os seus pesquisadores relatam as dificuldades de obter aprendizados relacionados a interação dos usuários com os seus navegadores preferidos, porém não conseguem fazer isto, em vista das barreiras e dificuldades impostas pelos sistemas operacionais, as quais sufocam a concorrência e impedem a inovação.

Para se ter uma idéia negativa em relação aos navegadores independentes, o próprio Firefox (que já teve uma participação de mercado na casa dos 25%) mal possui uma base instalada de usuários da plataforma PC desktop: apenas 7%! Já para os dispositivos móveis, ela mal aparece nos registros do StatCounter. Segundo a instituição, isto se deve devido ao fato de que os sistemas operacionais (Windows, macOS e iOS e Android) são projetados para manter os usuários presos aos seus respectivos navegadores WEB que vem “de fábrica”.

Se já não bastassem as barreiras promovidas pelos sistemas operacionais, as engines destes navegadores também estão monopolizando o mercado: a engine WebKit é praticamente “empurrada” pela Apple para os usuários de seus produtos, ao passo que o Google também faz o mesmo com a engine Blink para os usuários do navegador Chrome. Apesar da Microsoft também manter a sua própria engine personalizada para o Edge, vale lembrar que tanto o seu navegador quanto os demais (incluindo o Chrome) são derivados do Projeto Chromium, que por sua vez teve a sua engine derivada do próprio WebKit!

Em suma, praticamente todos os navegadores WEB (a excessão do Firefox, que utiliza a engine Gecko) são baseados nas engines WebKit/Blink e por isto, estão bem posicionados para ditar os futuros padrões WEB! E isto já aconteceu em um passado não muito distante: no final dos anos 90, a Microsoft já utilizou a sua posição no mercado de sistemas operacionais para promover o Internet Explorer, além de colocar barreiras para a evolução da navegação WEB, já que o “IÊca” 6.0 possuía uma base de +90% de usuários e não recebia atualizações relevantes.

Enfim, só espero que o Firefox sobreviva nestes novos “tempos sombrios”… &;-D