Lembro-me como se fosse “ontem”: na metade dos anos 90, fiz um curso básico de informática em meu bairro e na época, utilizávamos os antigos disquetes de 5.1/4″ (1.2 MB) para armazenar as informações geradas pelos PCs desktops da época. Na época, um dos instrutores trouxe uma bela caixinha de acrílico contendo os novos disquetes de 3.1/2″ (1.44 MB), que por sua vez nos deixaram encantados não só pela resistência e compactez, mas também pelo seu belo design. Tempos depois, surgiram os zip-drivers, as mídia óptica e por fim, os pendrives…
“Joining the list of organizations still using archaic technology is the San Francisco Municipal Transportation Agency (SFMTA), which has a train control system still reliant on floppy disks. It’s said to have been cutting-edge tech when it was first installed – back in 1998 – but the city fears that if there isn’t an upgrade carried out soon, there will at some point be a catastrophic failure.”
— by TechSpot.
Ainda no início do século, fui um dos “loucos” que abriram mão destas mídias de armazenamento, por não considerá-las confiáveis para este propósito (elas davam defeitos com muita facilidade), optando por usar as desconfortáveis unidades de armazenamento externo para HDDs (as versões compactas baseadas em HDDs de 2.5″ nem sequer existiam). E assim, os disquetes foram lentamente descontinuados, tendo o seu lugar ocupado por mídias de armazenamento mais modernas. Mesmo assim, eles ainda continuaram sendo usados por um bom tempo por sistemas de legado.
Inclusive, em pleno 2024: a Agência Municipal de Transporte de São Francisco (SFMTA) ainda utiliza o antigo sistema (de legado) para o controle para a gestão do transporte ferroviário, que por sua vez foi lançado em 1998. Na época, a agência obteve uma grande relevância na mídia, por ser a primeira a utilizar uma solução deste tipo, baseados nos “modernos” disquetes de 3.1/2″. Embora fosse revolucionário em sua época, a previsão de funcionamento era para ser algo entre 20 a 25 anos. Pois bem: ele já está entrando no seu 26o. ano de funcionamento e por incrível que pareça, continua dando conta do recado! Mas…
Em vista da degradação natural destas antigas mídias magnéticas, a tendência é que ocorra “uma falha catastrófica”, decorrente da crescente possibilidade dos dados serem corrompidos e assim, comprometer o funcionamento deste sistema de controle. Para variar, a atualização para um sistema moderno não só irá levar cerca de uma década para acontecer, como também irá custar centenas de milhões de dólares! Apesar das expectativas do financiamento para o novo sistema vir de subsídios estaduais e federais (além dos recursos restantes vir de capital interno), não há informações sobre quando isto irá acontecer.
Mesmo já tendo abandonado os disquetes, ainda me interagi bastante com estas mídias em meus primeiros anos como profissional (autônomo), não só em vista das micro e pequenas empresas não terem condições de arcar com os custos para a atualização dos seus sistemas, como também por causa da própria resistência dos usuários! Acreditem se quiser, muitos deles se sentiam mais “confortáveis” por usar os antigos disquetes ao invés dos modernos pendrives. A adoção em massa das mídias baseadas em memória flash NAND só passou a acontecer mesmo, quando os novos PCs desktops passaram a vir de fábrica sem os drives de disquetes.
Quanto aos pendrives, tenho boas memórias em relação a estas unidades… &;-D