Apesar de existirem diversas distribuições GNU/Linux, para os mais variados propósitos (+300, segundo a contagem do portal DistroWatch), apenas duas delas são as que chamamos de “originais” (criadas “do zero”, sem ser baseada em outra distribuição): as clássicas Debian e Red Hat (apesar de ser também uma distro clássica, o Slackware foi derivado da antiga SLS). A Debian não só se popularizou pela grande estabilidade e segurança, como também se tornou a número #1 para os sistemas derivados…
“We’ve been working on the corresponding ‘bullseye’ release of Raspberry Pi OS; it’s taken a bit longer than we’d hoped, but it is now available. So what is new this time? Debian ‘bullseye’ has relatively few major changes which are visible to users – there are some under-the-hood changes to file systems and printing, but most of the changes are patches and upgrades to existing applications and features. However, over and above the changes in Debian itself, the ‘bullseye’ version of Raspberry Pi OS has a number of significant changes to the desktop environment and to the support for Raspberry Pi hardware.”
— by Raspberry Pi News.
Com o Raspberry Pi OS, não seria diferente: derivada do Debian, ele assume as suas principais particularidades, embora seja customizada para rodar nas plaquinhas dotadas de SoCs ARM e seus componentes integrados. E a partir do Debian 11 (lançado há alguns meses), uma série de mudanças serão contempladas, como a adição do suporte para o gerenciador de janelas Mutter (mais moderno, em comparação ao antigo Openbox), além da atualização para a biblioteca GTK+ 3 (a qual oferece mais recursos que a versão anterior). Porém, ambos os componentes requerem mais memória RAM (algo em torno de 2 GB), o que certamente irá inviabilizar as placas mais antigas, como o Raspberry Pi 3.
Para o ambiente gráfico Xfce (o qual é utilizado por padrão pelo sistema), as novidades são a adição de um sistema de notificação integrado, o qual será responsável por exibir as mensagens para o usuário sobre o sistema e suas aplicações de forma consistente e uniforme, mostradas em ordem cronológica (e me pergunto porquê seria diferente), além de ser passível de ajustes, através do Painel de Controle do ambiente gráfico. Dentre as notificações a serem exibidas, estão as atualizações pendentes, para a quais um plugin especialmente designado para a tarefa, irá fazer as verificações a partir da inicialização do sistema, informando a existência de pacotes com as mais recentes versões.
Por fim, a simplificação do modo de visualização de itens no gerenciador de arquivos também foi mencionada, possibilitando alternar entre os modos lista, ícones e thumbnails, com mais clareza e menos confusão. O novo sistema terá também a ativação por padrão, do driver de vídeo KMS (Kernel Mode Setting), o qual irá substituir o firmware customizado que era utilizado exclusivamente pelas placas Raspberry Pi. Inclusive, até mesmo o driver responsável pelo acesso ao módulo da câmera foi substituido, sendo adotado o libcamera como padrão. Sem contar as várias correções de falhas e de segurança habituais…
Por se tratar de uma grande atualização estrutural para o sistema, a recomendação dada pela Fundação é baixar uma nova imagem e fazer uma nova instalação “do zero”, não esquecendo de reinstalar novamente as aplicações que serão usadas, bem como migrar todos os dados da instalação atual para a nova instalação. Para isto, faz-se necessário utilizar a sua ferramenta oficial para gravar a nova imagem em um novo cartão microSD, que por sua vez deverá ser utilizado no lugar do antigo para inicializar o sistema. Embora seja possível atualizar o sistema pré-instalado, tal operação não é recomendada, pela possibilidade de conflitos e problemas de compatibilidade.
Está decidido: vou comprar um Raspberry Pi! Só não sei quando… &;-D